5 de julho de 2009

O festival

Latinidades - Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha está em sua terceira edição. Foi pensado como forma de dar visibilidade ao histórico de lutas e resistência da mulher negra na América Latina, ao tempo que resgata os temas relacionados ao machismo, racismo, sexismo, e superação de desigualdades com recorte de gênero e raça. Um evento que reúne formação, debate, incentivo aos afronegócios e apresentações artísticas de ótima qualidade.

Em 2010 a programação vai de 24 a 27 de novembro, na Esplanda dos Ministérios, dentro da conferência do Desenvolvimento, realizada pelo IPEA (WWW.ipea.gov.br/code), e envolve seminários, cineclube, shows e feira de afronegócios.

O tema central é o Censo nas Américas e a autodeclaração de pessoas negras para obter números e formular políticas públicas específicas. A discriminação de gênero e raça são os principais motores de desigualdade e exclusão da população negra latino americana e caribenha, sobretudo das mulheres. Tendo em vista esta realidade, o Latinidades justifica-se, ao produzir um evento que busca contribuir construindo ações que valorizam, capacitam, dão visibilidade e quebram preconceitos raciais e de gênero.

É importante relembrar e resgatar a história negra, considerando demandas específicas, a organização social e política do povo negro, os rituais religiosos, a contribuição científica, o saber popular e, no caso específico da mulher negra, o desenvolvimento do feminismo negro, descrito tão bem por ativistas como Sueli Carneiro, Epsy Campel, Matilde Ribeiro, Benedita da Silva ou mestras populares como Carolina de Jesus, Cora Coralina, entre outras.Nesse sentido o evento Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha desenha uma programação onde cada momento é construído a partir do olhar negro, da necessidade de garantir reparação do prejuízo histórico vivido durante séculos pelas mulheres negras da América Latina e Caribe.

O desenho de Latinidades – Festival da Mulher Afro Latina Americana e Caribenha será a contribuição que se pode dar, estimulando o espaço de reflexão, proposição e possibilidade de trabalho coletivo visando uma sociedade mais justa, democrática e sustentável sob o ponto de vista das relações étnico-raciais e de gênero.


CONTRAPARTIDAS E RETORNOS SOCIAIS


- Aplicação da Lei 10.639/2003, que torna obrigatória a inclusão de História e Cultura Afro-brasileira nos currículos escolares;

- Resgate da história da mulher negra e fomento às ações afirmativas;

- Circulação da produção artística de mulheres negras brasileiras, latino-americanas e caribenhas;

- Geração de emprego e renda com a contratação de 90% dos serviços de mulheres, sendo 75% de mulheres negras;

- Intercâmbio e identificação entre mulheres negras e não-negras;

- Criação de novos públicos e fomento à produção cultural social;

- Capacitação;

- Estímulo ao afro-comércio local;

- Visibilidade à campanha dos censos na América Latina
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